sábado, 8 de outubro de 2011

Educação no campo: um fórum social permanente.




         A Escola Aprígio é uma escola de tempo integral do campo. Seus sujeitos (educadores, pais e alunos) são pessoas vindas de diversas realidades sociais e que trazem consigo seus valores políticos. A atuação dos que ali trabalham (ora como mestre, ora como aluno) são, como deve ser, pautadas nos direitos e deveres sociais individuais e públicos. Mas, quais direitos? Como mediá-los com os deveres? Maria Paoli pode nos ajudar nessa reflexão:


        "Ainda que do ponto de vista social o Brasil continue sendo um país de muitas  e profundas desigualdades sociais, não se pode ignorar ter havido mudanças significativas no campo político, em especial a partir dos anos 80. Nesse sentido, [...] a abertura de fóruns públicos de representação e participação teve o efeito de explicitar e tornar pública a dimensão conflitiva da vida social. A questão pode parecer trivial, já que nesses espaços convergem e se expressam reivindicações vocalizadas por diversos movimentos sociais. Mas há algo como uma metamoforse do conflito social quando esse ganha essas esferas públicas que estabelecem a mediação entre Estado e sociedade. Pois aí o particularismo das reivindicações necessariamente tem que se redefinir em função de parâmetros públicos de gestão política das cidades."

(PAOLI, Maria; TELLES, Vera. Direitos Sociais, conflitos e negociações no Brasil contemporâneo. In: ALVAREZ, Sonia; DAGNINO, Evelina (Orgs.). Cultura e política nos movimentos sociais latino-americanos. Belo Horizonte: UFMG, 2000. p. 117-118.)

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