A Escola Aprígio é uma escola de tempo
integral do campo. Seus sujeitos (educadores, pais e alunos) são pessoas vindas
de diversas realidades sociais e que trazem consigo seus valores políticos. A
atuação dos que ali trabalham (ora como mestre, ora como aluno) são, como deve
ser, pautadas nos direitos e deveres sociais individuais e públicos. Mas, quais
direitos? Como mediá-los com os deveres? Maria Paoli pode nos ajudar nessa reflexão:
"Ainda que do ponto de vista
social o Brasil continue sendo um país de muitas e profundas desigualdades sociais, não se
pode ignorar ter havido mudanças significativas no campo político, em especial
a partir dos anos 80. Nesse sentido, [...] a abertura de fóruns públicos de
representação e participação teve o efeito de explicitar e tornar pública a
dimensão conflitiva da vida social. A questão pode parecer trivial, já que
nesses espaços convergem e se expressam reivindicações vocalizadas por diversos
movimentos sociais. Mas há algo como uma metamoforse do conflito social quando
esse ganha essas esferas públicas que estabelecem a mediação entre Estado e
sociedade. Pois aí o particularismo das reivindicações necessariamente tem que
se redefinir em função de parâmetros públicos de gestão política das
cidades."
(PAOLI, Maria; TELLES, Vera.
Direitos Sociais, conflitos e negociações no Brasil contemporâneo. In: ALVAREZ,
Sonia; DAGNINO, Evelina (Orgs.). Cultura e política nos movimentos sociais
latino-americanos. Belo Horizonte: UFMG, 2000. p. 117-118.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário